FESTA DA CASA DO OESTE E FESTA DO CONCÍLIO
Maio 3, 2013A Fundação João XXIII/Casa do Oeste e os Movimentos rurais da Ação Católica (ACR, JARC, ACN) vão celebrar na Festa da Casa do Oeste, não só a Festa da Família Rural com a Bênção dos Campos, mas também este ano de um modo especial, os 50 anos do Concílio Vaticano II.
É sempre no domingo da Ascensão que este ano terá lugar a 12 de Maio.
Ao longo deste ano os grupos tem vindo a refletir alguns documentos saídos do Concílio, pois continuam desconhecidos e estão muito actuais. Essa caminhada de reflexão vai culminar duma forma festiva na Festa da Casa do Oeste.
A festa, tendo como pano de fundo o Concílio, será divida em dois tempos fortes. De manhã a partir das dez horas haverá um colóquio onde será abordado o Concílio na vertente de dois dos seus documentos, a saber, a Gaudium et Spes – sobre a Igreja no mundo de hoje e a Apostolicam Actuositatem – sobre o papel dos leigos.
Após este colóquio será a celebração da Eucaristia às 11.30 horas
O segundo tempo é de animação cultural, a decorrer após o almoço, com diversas atividades e onde diversos grupos da ACR apresentarão de uma forma festiva/lúdica a sua reflexão sobre os documentos do Concílio.
Um dos objectivos da Festa, para além da formação, do convívio, do reencontro de muitos é o de angariar receitas para que a Casa do Oeste se mantenha em funcionamento e possa continuar a cumprir os propósitos de servir a todos.
SEMANA DE ESTDOS SOBRE A FAMÍLIA
Julho 21, 2012
Semana de Estudos 2011
“A família é a primeira escola das virtudes sociais de que as sociedades têm necessidade…” (João Paulo II, FC ns 36 ).
Os tempos que vivemos são de grande instabilidade a diversos níveis, fala-se muito de crise, nomeadamente de crise de valores.
Sendo a família o primeiro espaço de educação do ser humano consideramos importante refletir sobre as realidades que vive presentemente e como é que está, ou não, a contribuir para a construção de valores.
Nesta XXXVII Semana de Estudos, propomo-nos analisar que percursos a Família foi tomando desde há cerca de três/quatro décadas para chegar às questões com que se debate atualmente.
Será um espaço de partilha e descoberta, que possa corresponder aos novos desafios que a Família enfrenta.
Acreditamos na força das famílias como o bem mais precioso de uma sociedade organizada que permita um verdadeiro crescimento do Homem.
Junta-te a nós!
PROGRAMA DA SEMANA
2ª Feira – 20 de agosto
- 19h00 – Receção dos Participantes
- 20h00 – Jantar
- 21h30 – Serão de Apresentação
3ª Feira – 21 de agosto
- Tema: “Que desafios para as famílias de hoje?”
4ª Feira – 22 de agosto
- Tema: “O Silêncio e a Palavra no seio da Família”
5ª Feira – 23 de agosto
- Dia visita de “estudo” – conhecer uma empresa familiar: Quinta da Enxara ou Fábrica Louritex
6ª Feira – 24 de agosto
- Avaliação
- Eucaristia
- Encerramento após o Almoço
Envia a tua inscrição para:
- Ana Lino – 962836986 > ananeveslino@gmail.com
- Dina Franco – 936852187 > dinafrancosilva@gmail.com
- Esmeralda Batalha – 919056928 ou 964376287 > batalha.esmeralda@gmail.com
- As inscrições devem ser enviadas (preferencialmente) até dia 5 de agosto.
Convívio dos solidários com a Guiné
Junho 30, 2012Vem Partilhar connosco a felicidade do estarmos juntos, aceitando o desafio do nosso Hino:
“Vem comigo aceita esta missão Novo mundo por certo encontrarás Cada vida é um tesouro a descobrir É Jesus que no pobre servirás.”PROGRAMA
- 11h00 – Início de uma pequena caminhada;
- 13h00 – Almoço piquenique (sardinhas, febras, salada, arroz, fruta, etc.);
- 16h00 – Apresentação dos projetos em curso e do novo grupo que vai à Guiné em 17 de setembro de 2012;
- 17h30 – Missa celebrada pelo Padre Batalha com a participação do coro de Nossa Senhora da Nazaré.
Contamos Contigo! Não Faltes!
FESTA DO ABRAÇO PORTUGAL/GUINÉ-BISSAU – Festa da Casa do Oeste
Maio 26, 2012Vinte de Maio trouxe-nos uma manhã de chuva para receber os convidados da Festa da Casa do Oeste. Não fora ela a Festa da Bênção dos Campos! Foi a chuva benfazeja!
Este ano teve muito mais gente, porque teve a particularidade de celebrar “Duas Décadas” de Solidariedade com a Guiné-Bissau em ações humanitárias. O programa começou com o descerramento dum painel, símbolo do abraço entre Portugal e a Guiné, onde figuraram em imagens e no mapa do mundo, os dois países e as duas Casas – sede – a de Ribamar e de Ondame, bem como os 10 projetos apoiados.
Seguiu-se um Colóquio de apresentação do livro “Solidariedade com a Guiné – Duas Décadas”, com um Power-point baseado no livro e ainda a proclamação de alguns testemunhos.
Na abertura da sessão, o presidente da Fundação João XXIII/Casa do Oeste, Pe. Joaquim Batalha, lançou um desafio aos participantes presentes, vindos do norte, que, depois da Delegação da Fundação criada na Guiné se criasse uma Delegação do Norte.
Ponto alto desta jornada, além do almoço de cerca de 500 convivas, foi a Celebração da Eucaristia com a Bênção dos Campos, e o batismo da menina Raissa, guineense, que, em perigo de morte, foi salva por um dos Grupos solidários e adotada por um casal da Sapataria, Sobral Monte Agraço, o que gerou alguma emoção.
Na homilia, o Pe. Batalha sublinhou que, hoje, Jesus continua a propor-nos: “ Ide por todo o mundo… Parti a anunciar e a ensinar tudo quanto aprendeste de Mim. Quem acreditar e for batizado será salvo. Eu acompanho-vos. Assim como Eu fiz, fazei-o vós também. Brilhe a vossa luz diante dos homens!… (Mt. 5,16).
Vós todos os batizados, militantes da Acção Católica, associados da Fundação João XXIII e de outros grupos ou Movimentos… vós todos os cristãos: brilhe a vossa luz diante dos homens. Aqui, na Guiné e em qualquer parte onde estiverdes. Não é isto a nossa solidariedade com a Guiné? Quantos milagres nos acompanham: os projetos que se desenvolvem, as vidas que se salvam… Brilhe a vossa luz diante dos homens!”.
Um contributo significativo para a profundidade desta celebração foi o Coro de Nª Senhora da Nazaré, de Santo Isidoro, regido pelo maestro Diogo Roda, que encerrou com a apresentação, a vozes, do hino criado para a Fundação João XXIII para os Grupos dos Solidários, com música de P. Teodoro Sousa: “Vem comigo, aceita esta missão…”.
O arraial esteve muito animado com as tendas das filhós, bolos, pão com chouriço, quermesse, livros, doces regionais, flores, etc…e com a musica do Grupo Tipico Caldense, enriquecido com o porco no espeto, oferecido pelos pais da batizada Raissa… Tudo isto contribuiu para uma grande tarde de festa!
O lançamento do livro “Duas Décadas” marcou, sem dúvida, a Festa deste ano como expressão duma grande atividade desta Fundação que já levou à Guiné 298 participantes em Férias Solidárias, carregando contentores com muitos bens doados que têm feito a diferença nos 10 projetos de desenvolvimento local que a Fundação João XXIII tem vindo a apoiar.
Em 1 de Setembro de 2011 foi criada, por escritura oficial, uma Delegação da Fundação XXIII/Casa do Oeste, na Guiné-Bissau, com sede em Ondame. Agora, vai ser criada a Delegação do Norte, pois este desafio foi bem acolhido e alguns dos presentes nesta Festa já se entusiasmaram e até já apontaram local para a sede, em Guimarães.
SOLIDARIEDADE COM A GUINÉ – DUAS DÉCADAS
Maio 12, 2012A Fundação João XXIII/Casa do Oeste vai apresentar, na sua Festa anual, na sua tradicional celebração do dia da Espiga, o livro “Solidariedade com a Guiné – duas décadas”.
A Festa deste ano vai ter como tema forte a solidariedade para com o povo da Guiné… vamos fazer o lançamento do livro com relatos da nossa experiência de mais de 20 anos de Férias Solidárias, um colóquio sobre este tema, a inauguração de um painel com o mapa da Guiné e fotos dos projetos, e o batismo de uma criança guineense adotada por um casal do Oeste.
Haverá o habitual almoço e uma grande tarde musical com muitas diversões, petiscos e venda de produtos para apoio das despesas da Casa do Oeste – tarde animada com o Grupo Cavaquinhos das Caldas.
Sobre o livro podemos adiantar que relata as atividades missionárias, testemunhos, memórias, com cerca de 150 fotografias que retratam as experiências de solidariedade levadas a cabo, ao longo das últimas duas décadas, apoiando os seguintes projetos: Cooperativa de S. José de Mindará, em Bissau e os vários projetos em Ondame/Biombo, onde temos a nossa sede: a Clínica Bom Samaritano, a Cooperativa EducArte, a Rádio comunitária Voz de Biombo, uma Biblioteca local, a plantação de Moringa, o Infantário de Bissá, e a Cooperativa agrícola dos Jovens de Canchungo.
Os voluntários que se disponibilizam a participar no projeto “Férias Solidárias” organizados pela Fundação João XXIII-Casa do Oeste aprendem muito: a valorizar o nosso país e as coisas que têm…a tomar consciência dos seres humanos (e são milhões) que todos os dias lutam desesperadamente pela sobrevivência… e ajudam o povo guineense no seu próprio desenvolvimento.
O Programa do dia é o seguinte (20 de Maio 2012 – Ribamar da Lourinhã):
- 09.30 – Receção e Acolhimento
- 10.00 – Inauguração do Painel “Fundação-Casa do Oeste na Guiné”, seguida do Colóquio “Duas décadas de solidariedade com a Guiné” com Apresentação do livro e Hino dos Grupos Solidários, pelo “Coro Nª Senhora da Nazaré”
- 11,30 – MISSA SOLENE, com BÊNÇÃO DOS CAMPOS, com participação do Coro Nª Senhora da Nazaré de S.Isidoro e Celebração do Batismo da Raissa (Criança guineense adotada)
- 13.00 – Almoço de Festa
- 14.30 – Tarde animada com o Grupo Cavaquinhos das Caldas, com arraial: os jogos tradicionais, petiscos, filhós, bolos, bebidas, doçaria, quermesse e muita animação.
Em enta do almoço: sopa, pão caseiro, feijoada do mar, sobremesa, bebida.
MUDAR É URGENTE
Janeiro 17, 2012Perante a crise, nos tempos que correm, muitos andam desanimados e pessimistas. A resignação não pode ser o deixar correr. Para nós cristãos, esta realidade é um desafio à criatividade e à solidariedade.
Temos de assumir compromissos concretos, renunciando ao consumo irracional e egoísta, vivendo com sobriedade, solidarizando-nos de modo efectivo com as vítimas da crise. É um apelo à sobriedade e uma oportunidade de mudança.
Uma sociedade em que os cidadãos só pensam em si e nos seus interesses e segue a lei da selva, é uma sociedade que caminha para a ruína. Esta crise social e económico-financeira é fruto disso.
Então a primeira coisa das nossas preocupações é educar as novas gerações para um novo humanismo. Há que educar os jovens para a justiça e para a paz; e a justiça não se pode mover tão só por relações feitas de direitos e deveres, mas antes e sobretudo por relações de gratuidade, misericórdia e comunhão. Os seus primeiros educadores são eles mesmos, começando a viver aquilo que pedem a quantos os rodeiam; depois a família que deve ser a escola da justiça e da paz. Também o contributo de outras instituições educativas que devem promover a abertura a Deus e aos outros, lugar de diálogo e desenvolvimento da pessoa.
A educação faz-se fazendo. Como ? Pela fraternidade e solidariedade, mudando de forma radical a cultura e o costume que nos são muito comuns e estão muito difundidos que é um estilo de vida construído sobre o consumismo que todos somos convidados a alterar para regressarmos a uma sobriedade que é sinal de justiça. Claro que isto implica uma conversão, uma mudança, implica mudar de direção, de caminho; e a primeira mudança é cultural. Queremos construir o futuro? Queremos deixar o mundo um pouco melhor do que está? Estamos dispostos a fazer uma revisão profunda? Não basta pôr remendos novos em pano velho (Mc 2,21). Então, que sobriedade para resolver a nossa crise económica ? Deve começar nas palavras. A sobriedade não tem apenas a ver com a quantidade de bens materiais que consumimos ou não, com tudo o que compramos ou não. Não é uma questão só económica, pois mexe numa esfera muito mais ampla do nosso pensar e do nosso agir, do nosso próprio ser. A sobriedade nasce e cresce através de um sábio e corajoso discernimento, que a mantém intimamente ligada à sua finalidade: a de estar ao serviço do bem, começando pelo amor ao outro, pelo dom de si ao outro, pela partilha fraterna que me conduz à solidariedade. Não podemos ser solidários se não formos sóbrios.
É necessário redescobrir a sobriedade e a solidariedade, como valores evangélicos. Não se pode combater eficazmente a miséria, quando não se faz o que nos diz S. Paulo, isto é, quando não se procura “fazer igualdade”, reduzindo o desnível entre quem desperdiça o supérfluo e quem não tem sequer o necessário. Isto exige opções de justiça e de sobriedade. Esta é a oportunidade ! Mudar é preciso !
GERAÇÃO À RASCA – A NOSSA CULPA
Março 17, 2011Um dia, isto tinha de acontecer.
Existe uma geração à rasca?
Existe mais do que uma! Certamente!
Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida.
Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações.
A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo.
Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos.
Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.
Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos…), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.
Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.
Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, … A vaquinha emagreceu, feneceu, secou.
Foi então que os pais ficaram à rasca.
Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado.
Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais.
São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração.
São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer “não”. É um “não” que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar!
A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas.
Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.
Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional.
Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere.
Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam.
Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.
Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável.
Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.
Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.
Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e inteligência nesta geração?
Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!
Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós).
Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.
E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos – e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas – ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!!
Novos e velhos, todos estamos à rasca.
Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.
Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles.
A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la.
Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam. Haverá mais triste prova do nosso falhanço?
Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de uma generalização injusta.
Pode ser que nada/ninguém seja assim.